segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Eu quero, tu queres, ele(a) quer, nós queremos, vós quereis, eles(as) querem

Podemos ter tudo o que sempre sonhamos. Vestir uma boa roupa, ter uma linda mulher ao lado, o carro do ano, o emprego dos sonhos... Mas por que será que sempre falta alguma coisa?

A roupa, quando usamos pela terceira vez, já perde um pouco a graça. O carro idem, quando chega a hora de estreiar na oficina. O emprego dos sonhos pode ganhar contornos de pesadelo quando aparecem as primeiras "missões impossíveis" a se resolver. E tem até gente que confunde mulher com roupa e também anda sempre trocando. Pode-se chegar a um ponto em que a própria vida parece não ser o suficiente, pois sempre haverá algo a ser conquistado, devorado, saqueado.

Vivemos num tempo em que se busca antes de mais nada o que traga prazer, surpresa, excitação, novidade e palavras como rotina, compromisso, abnegação, etc. até causam náuseas em algumas pessoas que as escutem. Ser feliz hoje em dia é confundido com estar distraído com algo que seja prazeroso. Sofrimento então é algo impensável, que deve ser evitado a todo custo. Nada de pensar na vida, nada de se arrepender de algo errado que se tenha feito, nada de deixar rolar aquelas lágrimas que tantas vezes limpam nossos olhos e nos tornam mais capazes de sermos felizes. "Mas não", alguém pode dizer, "a vida é curta e não dá tempo de chorar... pra que pensar na vida, hoje tem uma festa e aí já esqueço de tudo isso".

E assim as vamos levando a vida, ou melhor, empurrando a vida com a barriga, fugindo de tudo o que é "chato" ou que nos obrigue a renunciar ao nosso próprio egoísmo de olhar só o nosso umbigo. Com o tempo vamos perdendo a sensibilidade para enxergar o que está a nossa volta, e de enxergar a nós mesmos, de tão ocupados em curtir a vida...



...Mas será que é isso que a gente quer?

Certa vez ouvi uma frase muito sábia que dizia que "é preciso crescer, mas crescer dói". Partindo deste ponto, o que seriam então as dificuldades por que passamos (e de que muitas vezes tentamos fugir) senão belas oportunidades de crescermos, nos conhecermos, de nos tornarmos mais capazes e de sermos mais felizes? As horas difíceis não devem ser temidas, nem evitadas: elas são necessárias. O mesmo para as atividades que não achamos tão divertidas... É preciso encarar a vida do jeito que ela se apresenta, e não esperar até que ela fique como queremos. Quanto antes tomarmos essa decisão, mais fáceis as coisas se tornam, ou pelo menos menos desesperadoras. O que não pode é ficarmos parados diante da vida, "contemplando" suas dificuldades e imaginando os piores finais possíveis. O tempo que se perde fazendo isso é suficiente pra resolver muita coisa!

Por enquanto é isso...

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