quarta-feira, 21 de novembro de 2007

A procura da felicidade

O título não é original, mas foi plagiado de um filme excelente. Além disso o que quero falar tem muito a ver com a mensagem que é passada.

Sim, me sinto como o pai de família interpretado pelo Will Smith, com a diferença de não ser pai de família abandonado pela esposa nem estar desempregado. Mas algo existe em comum, aquilo que faz com que se levante de manhã ao invés de se desejar desaparecer entre o colchão e o edredon.

Encontrar a felicidade é um desejo inerente de se estar vivo. Com o tempo a gente aprende que os momentos de luta ou dificuldade são mais numerosos que os de alegria e prazer. Será que isto significa que a vida é predominantemente triste?
Cada um pode ter uma resposta para esse questionamento. Então me vem outra pergunta: ao longo do filme, será que podemos considerar aquele pai de família uma pessoa triste?

Eu me arrisco a dizer que não.

Uma pessoa triste não superaria ser abandonado pela mulher no seu pior momento, ser explorado por um chefe de setor que o tratasse como um criado, enfim, jamais seria capaz de seguir em frente mesmo que colecionasse fracassos sucessivos.

Uma pessoa triste não suportaria uma vida desprovida de alegrias momentâneas. Seria incapaz de proporcionar ao filho pequeno momentos que ele mesmo não teve. Muito menos transformar a situação degradante de não ter um teto em uma divertida e emocionante "fuga dos dinossauros".

O personagem procurava a felicidade, mas não imaginava que já a tinha, apesar de não ter motivos aparentes para se considerar feliz; mesmo estando triste com as derrotas, ou com raiva pelas injustiças. Era justamente essa felicidade, escondida nele mesmo, que impedia a revolta de se espalhar em sua mente e dava sentido a cada um de seus dias. Mesmo que fossem dias de chorar, a felicidade escondida justificava cada batida de seu coração. Daí se vê que felicidade não é um sentimento. Ela pode trazer bons sentimentos, mas vai além da sensação. Não se abala com a dificuldade e tem também seus momentos tristes. Mas faz com que cada momento da vida tenha um significado. Vai além de se estar alegre ou triste.

Felicidade é uma escolha, ou um caminho que se opta por seguir. Um caminho que se constrói caminhando.

E o melhor: inteiramente grátis.

2 comentários:

Si disse...

Inacreditável! Participo de um grupo de ação social e ontem nossa discussão focou no conceito de felicidade. Fui a única voz discordante de tudo que foi apresentado.
Lembrei desse filme e me interroguei se ele tinha sido feliz no caminho.
Hoje, acordei pensando sobre o que disse e ouvi. Bem... Posso dizer que encontrei as repostas no último parágrafo do seu post.
Valeu pela ajuda (mesmo indireta).

Beijos.

Si disse...

Shopenhauer dizia que a relativa felicidade tem três origens: o que se é, o que se tem e o que se é para os outros. Ele sugere que nos fixemos apenas no primeiro, não em ter e no que os outros pensam de nós, porque não podemos controlar essas coisas, elas podem e serão tiradas de nós, da mesma forma que o envelhecimento vai levando a beleza.

P.S: Assim que li esse trecho (A Cura de Shopenhauer - Irvin D. Yalom), lembrei de você e resolvi escrever.

Beijos.