Até quando?
Eu bem queria ter algo de bom para escrever por aqui depois de quase duas semanas sem postar. Mas a irresponsabilidade e total falta de preocupação com a vida de milhares de pessoas torna difícil escrever palavras alegres neste momento.
Nem preciso citar diretamente a tragédia de ontem. Aliás, nem quero. Mas é necessário desabafar e refletir sobre o descaso com os milhões de cidadãos que precisam viajar, a trabalho ou o motivo que for, mas não dispõem de rotas especiais ou aviões da FAB para viajar e que nos momentos de angústia são obrigados a relaxar... e chorar.
Chorar pelas famílias separadas, pelos sonhos carbonizados. Pela mãe que apareceu no JN, se não me engano, destruída ao saber que seus dois filhos estavam no vôo.
Chorar principalmente por saber que se houvesse um mínimo de zelo pelo bem-estar das pessoas esse acidente teria sido perfeitamente evitado. Não se trata de fatalidade. O que aconteceu foi conseqüencia de uma série de medidas em que se visou somente o "não perder dinheiro". Como liberar uma pista, sem nenhuma restrição, sabendo que ainda faltava prepará-la para evitar as derrapagens nos pousos com chuva? E justamente na época mais chuvosa em São Paulo? Será que não pensaram que algo sério poderia acontecer? Quem é o responsável por essa roleta russa com as pessoas?
Sendo comprovado o estado da pista (recém reformada) como causador do desastre, o mínimo que se espera é que se prendam as pessoas que deram ok para a pista. Os números que estão em questão não são mais horários atrasados, mas as vítimas desse descaso.
Se precisava que mais alguma coisa acontecesse para que tomassem vergonha na cara, agora não há mais desculpa. Ninguém agüenta mais isso.
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